
O encontro de setembro dos grupos AlegriAA e Alegraa aconteceu em 2 de setembro, com Tathiane Sales, fundadora da ONG Transformando Vontade em Ação, que atua na conscientização sobre o abuso infantil e no atendimento de crianças e adolescentes em situação de risco em São José dos Campos.
Tathiane apresentou qual a visão da ONG, que atua nos abrigos de São José dos Campos com atenção às crianças e adolescentes que passaram por abusos. "Queremos que ele olhe para as feridas com um novo olhar. Trabalhamos o protagonismo do adolescente em situação de vulnerabilidade, para que sejam protagonistas da própria história e não vítimas".

Como é uma situação comum de crianças em situação de vulnerabilidade e que passaram por abrigos, é também comum entre crianças que são adotadas terem passado por isso, além de ser algo a que todos os pais devem ser atentos. Thathiane explicou que há vários sinais que podem ser indício de abuso. "Mudanças de comportamento, isolamento, agressividade, se está em uma roda e uma pessoa chega e ela se afasta, excesso de roupa, são vários sinais".
Sobre como abordar os abusos sofridos no passado, ela fala que o ideal é não perguntar diretamente sobre o ocorrido. "Porque ela já precisou contar esse passado para tanta gente, não precisa ser revitimizada. Com o passar do tempo, com a confinaça, ela mesma vai contar". Ela aconselha que a postura dos pais deve ser de acolhimento e nunca de questionamento: "Escutem seus filhos, não façam julgamento, e procurem um profissional. Não podemos alterar o que foi feito, mas podemos reconstruir"
O encontro também teve o testemunho de Ester Gabriela, que é voluntária da ONG e que foi vítima na infância, assim como seus irmãos. Ela relatou que no seu caso, o abusador era um conhecido da família, assim como em 68% dos casos de abuso, em que o abuso é praticado por pessoas próximas ou membros da própria família, e que uma característica comum em todos eles é a manipulação.

Ela falou das consequências do ocorrido para a sua vida, mas em como, com o apoio da mãe e uma rede de apoio, foi capaz de superar e ser feliz: "Por muito tempo vivi com medo, receios, mas encontrei uma rede de apoio e percebi que não queria viver assim", relatou. "Queria dizer que é possível, sim, ser feliz, ser protagonista da própria história, se desenvolver".
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